Estoque que Gira; Caixa que Respira
Este artigo mostra, de forma simples e prática, como o pequeno varejista pode transformar estoque em resultado real. Ao longo do conteúdo, explico como usar Curva ABC, projeção de demanda, giro de estoque e fluxo de caixa para tomar decisões mais conscientes, reduzir dinheiro parado na prateleira e fazer o caixa respirar. É uma jornada de gestão aplicada ao dia a dia da loja, pensada para quem quer parar de decidir no impulso e começar a usar método, processo e tecnologia para crescer com mais segurança.
Gustavo Cruz
12/22/20254 min read


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No varejo, estoque costuma ser visto como obrigação; algo que precisa existir para a loja funcionar, mas, na prática, ele é uma das principais decisões estratégicas do negócio, mesmo que muitos não percebam. Quando o estoque está mal ajustado, o problema aparece rápido. Falta produto que vende bem, sobra produto que ninguém procura e o caixa começa a apertar. O lojista vende, mas sente que o dinheiro nunca sobra. Isso não é azar. É falta de método.
Uma jornada de performance em estoque começa quando o varejista entende que não dá para tratar todos os produtos da mesma forma.
Curva ABC
O primeiro passo para organizar o estoque é ganhar clareza. A Curva ABC faz exatamente isso.
Imagine uma loja com mil itens cadastrados. É comum pensar que todos são importantes, mas a realidade é outra. Normalmente, uma pequena parte dos produtos é responsável pela maior parte do faturamento. Na prática, funciona assim: poucos itens vendem muito, alguns vendem razoavelmente e muitos vendem pouco ou quase nada. A Curva ABC ajuda a separar esses grupos.
Um exemplo simples. Em uma farmácia de bairro, medicamentos de uso contínuo, como pressão e diabetes, costumam estar na Curva A. Eles giram rápido e representam boa parte da receita. Já alguns itens de perfumaria mais específicos entram na Curva B, com vendas regulares, mas não constantes. E aqueles produtos que ficam meses na prateleira, vendidos só de vez em quando, acabam na Curva C.
O erro mais comum do varejo é investir tempo, dinheiro e espaço nos produtos C como se fossem A. Isso trava o estoque e consome caixa sem retorno. Quando o lojista enxerga essa divisão, a tomada de decisão muda. Produto A não pode faltar; Produto C precisa ser revisto, reduzido ou até eliminado.
Projeção de demanda
Depois de entender quais produtos realmente importam, vem a pergunta mais comum no balcão: quanto comprar?
Muitos lojistas compram olhando apenas para o que vendeu no último mês ou, pior, compram quando o produto já acabou. A projeção de demanda evita exatamente isso. Ela não precisa ser complexa. Basta observar o histórico recente, entender a frequência de venda e considerar o prazo do fornecedor.
Por exemplo, se um produto vende, em média, dez unidades por semana e o fornecedor demora quinze dias para entregar, não faz sentido esperar acabar para pedir. Nesse cenário, o pedido precisa considerar o que será vendido enquanto o produto não chega, além de uma pequena margem de segurança. Outro ponto importante é a sazonalidade. Em datas específicas, como inverno, verão, volta às aulas ou períodos de maior movimento, o consumo mudar, e Ignorar isso faz o varejo errar para mais ou para menos. Projetar demanda não é prever o futuro; é reduzir erro na compra.
Giro de estoque
Aqui está um conceito que muda a mentalidade do varejo: estoque bom não é estoque cheio. É estoque que gira.
Giro de estoque mostra quantas vezes o produto entra e sai em um período e quanto maior o giro, mais rápido o dinheiro volta para o caixa. Um exemplo comum: Dois produtos têm o mesmo valor de venda onde um deles gira toda semana, o outro leva três meses para vender. Note que mesmo faturando o mesmo valor, o impacto no caixa é totalmente diferente.
O produto que gira rápido libera dinheiro para pagar contas, comprar novamente e investir na loja, enquanto produto parado ocupa espaço, gera custo e aumenta o risco de perda. Quando o varejista acompanha o giro, começa-se a perceber quais produtos merecem reposição constante e quais precisam de ação, desconto ou até saída definitiva do mix.
Fluxo de caixa
No fim das contas, tudo desemboca no fluxo de caixa. Estoque, venda e caixa não são assuntos separados - são partes do mesmo problema.
Quando a loja compra demais produtos de giro lento, o dinheiro sai do caixa e demora a voltar. Quando compra pouco do que vende rápido, perde venda. Quando paga o fornecedor antes do produto girar, o caixa aperta. Um varejo saudável busca equilíbrio. Idealmente, o prazo de pagamento do fornecedor deveria conversar com o tempo médio de giro dos produtos. Quando isso não acontece, o lojista sente que trabalha muito e nunca vê o resultado. Gerir estoque com método é uma das formas mais eficazes de proteger o caixa sem precisar aumentar vendas.
Conclusão
Performance em estoque não é coisa de grande rede; uma necessidade de qualquer varejo que quer sobreviver e crescer. Quando o lojista passa a olhar para a Curva ABC: projeta melhor suas compras, acompanha o giro e entende o impacto disso no caixa, a operação muda de patamar e as decisões deixam de ser no impulso e passam a ser conscientes.
No varejo, dinheiro parado na prateleira não ajuda ninguém. Dinheiro que gira, sim.
Quer transformar isso em prática na sua loja?
Entender Curva ABC, projeção de demanda, giro de estoque e fluxo de caixa é o primeiro passo. O verdadeiro desafio começa quando chega a hora de implementar processos, ajustar rotinas e usar a tecnologia a favor da gestão, sem complicar a operação.
Se você sente que sua loja:
Trabalha muito, mas o resultado não aparece no caixa
Tem estoque parado e falta do que mais vende
Compra no impulso e decide no feeling
Usa sistema, mas não extrai informação para decidir
Eu posso te ajudar. Meu trabalho é apoiar varejistas na transformação da gestão, conectando processos simples, decisões práticas e tecnologia aplicada ao dia a dia da loja.
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